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INTERCAMBIANDO

Blog para falar de Arte, Sustentabilidade, Fazer Amigos pelo mundo, Falar do Cotidiano, Experiências , Sentimentos e Relacionamentos das pessoas comuns...

02.05.10

ATUALIDADE DO MITO SEGUNDO ROBERT A. JOHNSON


Bete do Intercambiando

Peço que leiam o POST ANTERIOR, para que fique mais claro o entendimento deste.

                                               Quero deixar registrado aqui uma das passagens, que considero uma das mais importantes do Livro  sobre O ENTENDIMENTO DA ALMA FEMININA (SHE), de Robert A. Johnson, e quero dedicá-la às nossas 3 meninas, mas em especial À GI, que no dia de hoje está mais para usar a faca que a lâmpada, mas tenho certeza que a sua sabedoria irá optar pela segunda, como sempre ela faz.

Eros fez o máximo que pode para manter Pisiquê na inconsciência, chegando a prometer-lhe o paraíso se ela não o fitasse. Dessa maneira procurou dominá-la.

Muitas vezes a mulher vive parte de sua vida sob o domínio do homem que tem dentro de si, o Deus interior, o ANIMUS. Seu Eros interno a mantém no paraíso praticamente sem que ela tome consciência disso. Ela não deve perguntar nada; não pode ter um relacionamento verdadeiro  com ele. Está totalmente sujeita a essa dominação interior.

Um dos grandes dramas da vida interior da mulher ocorre quando ela desafia a supremacia do animus e diz: “Eu vou olhar pra você”. E quando ela o faz vê algo acima do Humano – um Deus ou um arquétipo- e cai numa solidão intolerável. Por essa razão é que o impasse, a dominação e a fantasia do paraíso duram tanto. Intuitivamente a mulher sabe que, se se libertar desse estado de possessão do ANIMUS, cairá na pior espécie de solidão.

Várias mulheres sentem o poder que o animus exerce sobre elas, sem reconhecê-lo. Quando a mulher vê o animus, este não pode mais dominar sua Psiquê. Ela pode então, relacionar-se com ele, deixando de lhe ser subserviente.

A criança que Eros prometeu a Psiquê será um deus (totalmente inconsciente) se ela for obediente e fizer tudo o que ele exigiu: não perguntar nada, não acender a lâmpada da consciência para tentar ver sua natureza- Eros como realmente ela é. É uma possibilidade, pode ser que ela queira viver nessa forma primitiva, antiquada. Mas, se o fizer será uma deslocada nesse mundo moderno. Quase todas as mulheres de hoje, fazem perguntas, acendem a lâmpada e insitem em ter sua própria consciencia.

Um dos fatos mais gratificantes quanto ao simbolismo de nosso mito, são  os conselhos das 2 irmãs, que recomendam a psiquê que se arme da lâmpada e faca. Dois simbolos masculinos. É extremamente util a mulher compreender sua capacidade de empunhar estes dois instrumentos. O que faz a esposa com a virtude lâmpada e o que faz ela com a virtude faca? As irmãs chegam até a dizer a Psiquê qual a articulação que deve ser cortada: a que liga a cabeça ao corpo. A decapitação do monstro.

Creio que podemos afirmar o seguinte, como sendo uma asserção poderosa e abrangente: a mulher deve usar a lâmpada, mas não a faca. Esta serve só para o uso pessoal, para o discernimento, para a clareza, para abrir caminho no nevoeiro. Para uso INTERNO. Se a mulher puder lembrar-se de usar a lâmpada em primeiro lugar, durante os períodos difíceis do casamento, saberá escolher entre usar ou não a faca. Só que na prática, a faca normalmente vem em primeiro lugar e só depois é que ela toma a lâmpada para ver o estrago que causou.

A faca é aquela capacidade destuidora que a mulher tem para afogar o homem com uma torrente de palavras. É o comentário arrasador que faz do homem um pedaço de CARNE NO ESPETO.........É essa também como a ANIMA do homem - seu lado feminino - age com ele quando o relacionamento de amor deixa muito a desejar. É  cortante e sarcástica; vem de faca na mão. Nossa recomendação para usar a lâmpada, não a faca, aplica-se igualmente tanto à ANIMA MASCULINA quanto à própria mulher.

O que significa a lâmpada e o que ela mostra? Mostrou que Eros é um Deus. A mulher tem a capacidade de revelar o valor de seu homem com a lâmpada de sua consciência. Na pior das hipóteses o homem  fica sabendo que tem um Deus- um ser magnífico- em algum lugar dentro de si; mas, quando a mulher acende a lâmpada e vê nele o Deus, ele se sente obrigado a manter-se à altura dessa condição, e prá aguentar isso precisa ter a consciência bem estruturada. Claro que ele treme! Ainda assim, ele parece precisar desse reconhecimento feminino ao seu redor. Coisas horríveis acontecem aos homens quando privados da presença feminina, pois aparentemente é essa presença que lembra ao homem o que ele tem de melhor!

 

Bem, as explicações continuam, mas para não ficar extensa demais, paro por aqui e volto a sugerir a leitura dos livros.

Eros-Jean-François-Lagrenee _1768.jpg

Obra de Louis Jean François Lagrenée - "Eros"  1768

 

 

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