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INTERCAMBIANDO

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14.03.13

REFLEXÕES SOBRE A MORTE BY SÓCRATES!


Bete do Intercambiando

Com serenidade e tom altaneiro, já condenado à morte bebendo cicuta, Sócrates proferiu seu último discurso aos que haviam acabado de condená-lo:

 

- "Não foi por falta de discursos que fui condenado, mas por falta de audácia e porque não quis que ouvísseis o que para vós teria sido mais agradável: Sócrates se lamentando, gemendo, fazendo e dizendo uma porção de coisas que considero indignas de mim, coisas que estais habituados escutar de outros acusados".

 

Sustenta-o uma certeza: Mais difícil que evitar a morte é " evitar o mal, porque ele corre mais depressa que a morte". Segundo seu pensamento, com relação a esta, só pode ser duas coisas:

 

" Ou aquele que morre é reduzido a nada e não tem mais qualquer consciência, ou então, conforme ao que se diz, a morte é uma mudança, uma transmigração da alma, do lugar onde nos encontramos para outro lugar. Se a morte é a extinção de todo sentimento e assemelha-se a um desses sonos nos quais nada se vê, mesmo em sonho, então morrer é um ganho maravilhoso. (...) Por outro lado, se a morte é como uma passagem daqui para outro lugar, e se é verdade como se diz, que todos os mortos aí se reúnem, pode-se, senhores juízes, imaginar maior bem?

Mas, eis a hora de partirmos, eu para a morte, vós para a vida. Quem de nós segue o melhor rumo, ninguém o sabe, exceto Deus."

 

O que mais impressiona em todo desfecho da vida de Sócrates foi a sua dignidade em não transgredir seus valores morais e de justiça.  Mesmo tendo sido injustiçado com uma condenação que não tinha procedência, Sócrates recusou-se a fugir da prisão como queriam seus discípulos, pois isso seria ir contra as leis da época.

Porque não traíra sua consciência, preferira a morte a declarar-se culpado. Suas últimas palavras teriam sido um testemunho dessa dupla fidelidade: A SI MESMO E A SEUS COMPROMISSOS ASSUMIDOS.

 

Consulta  à Publicação de José Américo Mota Pessanha da Coleção "Pensadores".

 

 

 

Quadro pintado por Jackes-Louis David, em 1787, representando a morte de Sócrates tomando cicuta.

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