MAIS REFLEXÕES SOBRE "O TEMPO"! ESTA NA LINGUAGEM DO BARROCO
Temos aqui o Poema de Pedro Cassiano de Aguilar, que, apesar de ser um personagem fictício, seu autor soube como tocar os corações humanos com algo que os perturba: A inexorabilidade do tempo.
Outro poema de igual beleza e idêntico questionamento foi escrito por Frei Antonio das Chagas, eclesiástico franciscano português que viveu de 1631 a 1682. Diz-se que suas pregações cheias de efeitos teatrais, ênfase e demagogia, eram alvo de inúmeras críticas. Sua personalidade exerceu sobre os seus contemporâneos um fascínio perturbador, resultante, sem dúvida, do seu estatuto de homem mundano convertido à causa de Deus. Sua vida, assim como sua obra, retrata o espírito barroco da época, ambas cheias de contrastes e peripécias.
Mas, vamos ao lindo poema "Conta e Tempo"
Deus pede hoje estrita conta do meu tempo.
E eu vou, do meu tempo dar-Lhe conta.
Mas como dar, sem tempo, tanta conta.
Eu, que gastei, sem conta, tanto tempo?
Para ter minha conta feita a tempo
O tempo me foi dado e não fiz conta.
Não quis, tendo tempo fazer conta,
Hoje quero fazer conta e não há tempo.
Oh! vós, que tendes tempo sem ter conta,
Não gasteis vosso tempo em passa-tempo.
Cuidai, enquanto é tempo em vossa conta.
Pois aqueles que sem conta gastam tempo,
Quando o tempo chegar de prestar conta,
Chorarão, como eu, o não ter tempo.
Obra Êxtase de Santa Tereza de Bernini - um dos artistas mais representativos do Barroco na linguagem da Escultura.
E-REFERENCE
http://pt.wikipedia.org/wiki/Frei_Ant%C3%B3nio_das_Chagas