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INTERCAMBIANDO

Blog para falar de Arte, Sustentabilidade, Fazer Amigos pelo mundo, Falar do Cotidiano, Experiências , Sentimentos e Relacionamentos das pessoas comuns...

23.08.15

HISTÓRIA DA ARTE - A ERA ROMANA- PARTE 1


Bete do Intercambiando

Vamos tentar mostrar aqui as influências da Arte Romana na arquitetura, na pintura, na escultura, nas diversas manifestações artísticas...Embora se tenha farto material sobre o assunto na Internet, quando fizemos este trabalho em 2011 sentimos falta de algo que abordasse todos estes aspectos, e muitos não possuiam fotos, enfim, fizemos uma síntese, e gostaríamos de compartilhar com as pessoas que gostam de arte e história. 

 

" Nos bons tempos, quando o poderio romano era inquestionável,o império romano cobria uma área territorial imensa, que ia da atual Inglaterra até a Rússia, passando por todo o norte da África, incluindo o Egito. Era um império formidável e modificou o mundo com novos conceitos sociais, administrativos e políticos. Recebendo a influência de muitos povos, os romanos foram os responsáveis por espalhar pelo mundo uma grande quantidade de idéias e princípios, como o próprio cristianismo. Também com a arte, a influência recebida de diversos povos - principalmente os gregos -, tratou de ser divulgada e implementada nos quatro cantos do planeta, pois o Império Romano significava a maior parte do mundo conhecido e civilizado nos séculos que antecederam e sucederam o nascimento de Cristo. É dessa época que falaremos.

 

Ela desenvolve-se durante os quase seis séculos que vão da terceira Guerra Púnica (146 A.C.) ao séc. IV D.C., quando perde a originalidade e se dissolve na cristã-primitiva, e na bizantina. Para sua formação contribuíram elementos gregos e etruscos – principalmente gregos, o que se explica pela conquista de toda a Itália, então sede de inúmeras colônias gregas, pelas legiões romanas (séc. III A.C.).

 

Ela sofreu duas fortes influências: a da arte etrusca popular que é voltada para a expressão da realidade vivida, e a da greco-helenística, orientada para a expressão de um ideal de beleza.Um dos legados culturais mais importantes que os etruscos deixaram aos romanos foi o uso do arco e da abóbada nas construções.

 

 

Esta é a cidade de Bagnoregio, de origem etrusca. Esta estrada, foi outrora, a principal ligação entre Roma e o Rio Tibre.

 

 Estatueta funerária de Chianciano, século V a.C., Museu Arqueológico de Florença, herança etrusca também.

 

Grande parte do que se tem hoje sobre a era romana, provém de achados em Pompéia, a cidade destruída por vulcões em 79 A.C.

 

Ruínas de Pompéia

 

Algo bem curioso, quando das descobertas das ruinas de Pompéia, foram os corpos cobertos pelas cinzas do vulcão, que de início pensou-se serem estátuas...Só perceberam o engano, quando ao transportá-las, os pedaços de lavas foram se soltando e só então percebeu-se tratar realmente de corpos.

 

 

Bem,  continua em Era Romana Parte II, III e IV

 

23.08.15

A ARTE ROMANA - PARTE 2 - PINTURA


Bete do Intercambiando

Exemplos de pintura da Roma Antiga são muito mais abundantes que os da Grécia. Muitos vêm da área localizada ao redor do Vesúvio, sobretudo de Pompéia e Herculano.

 

 A própria Roma, também é uma boa fonte, com os surpreendentes afrescos de um Jardim na Vila de Lívia ou os da casa de Augusto e na Domus Aurea, construída pelo Imperador Nero.

 

Também incluímos mosaicos nesta história da pintura, dos quais há muitos exemplos espalhados  pela bacia mediterrânea, da Síria e da África do Norte até a Peninsula Ibérica.

 MOSAICOS DAS TERMAS DE CARACULLA

 

 

 Mosaico de Alexandre, encontrado no chão da casa do Fauno em Pompéia

 

 

A pintura do período Romano é por tradição dividida em 4 estilos sucessivos. São conhecidos como “estilos Pompeianos”, pois foram documentados principalmente em Pompéia, até 79 d.c., ano em que a erupção do Vesúvio destruiu a cidade. O primeiro estilo ( fins do século II A.C. e início do século I A.C.) englobava imitações,  pintadas nas fachadas de muros de mármore coloridos...Muitas vezes embelezados com relevos de gesso pintado, ou estuques, exibiam estreita associação com a arquitetura...Este estilo talvez também tenha sido característico da pintura grega.

 

O Segundo Estilo (século I A.C.) progrediu para a representação de estruturas arquitetônicas em tamanho natural, empregando perspectiva e “trompe l’oeil”, abrindo-se para outros espaços e paisagens exteriores. Nestas complexas interações arquitetônicas, inseriam-se estátuas e pinturas falsas,com cenas e objetos, animais e figuras humanas. A “Villa dei Misteri” (Vila dos Mistérios), em Pompéia e a casa de Augusto em Roma, são bons exemplos deste estilo.

 

 

Trompe l’oeil da Ville dei Misteri, embora aparente uma solução arquitetônica, é na verdade, uma pintura.

 

Outra parede da Ville dei Misteri

 

A mesma pintura vista por outro ângulo

 

 

 Outra parede da Ville dei Misteri

 

O terceiro estilo ( fins do século I A.C.  a meados do século I D.C.) foi distintamente decorativo.A arquitetura pintada se torna cada vez mais elegante e ornamental, em vez de mostrar plausíveis construções. Veem-se menos aberturas e paisagens e dá-se mais atenção aos detalhes. Exemplos deste estilo encontram-se nas casas de Marco Lucrécio Fronto e Cecilio Jocundo, em Pompéia.

 

 

 

O quarto estilo ( cerca de 30 d.C. a 79 d.C.), também conhecido como Estilo Fantástico, ainda exibe vistas de arquitetura, mas faz extenso uso de elementos decorativos exóticos e originais. O arquiteto romano Vitruvio ( Século I a.C) em seu tratado “De Architectura”, condenara um estilo semelhante por sua escassa apreensão da realidade. Descoberto no século XVI, estas decorações foram chamadas de Grotescas e empregadas amplamente na Pintura da Renascença. Encontra-se extensa documentação desse 4º estilo em Pompéia, pois estava em voga durante o período final da trágica cidade vesuviana.

 

 

 

 

Pintura do 4º Estilo

 

Na terceira parte falaremos das esculturas deste período! Continua em Era Romana Parte III.

 

 

23.08.15

A ARTE ROMANA - PARTE 3 - ESCULTURA


Bete do Intercambiando

A ESCULTURA NA ERA ROMANA 

Embora os romanos tivessem copiado maciçamente a estatuária grega para atender à mania de arte helênica, desenvolveram gradualmente um estilo próprio. A escultura romana em geral é mais literal. Os romanos tinham em casa máscaras mortuárias, feitas em cera, dos ancestrais. Essas imagens realísticas eram moldes totalmente factuais das feições do falecido, e essa tradição influenciou os escultores romanos.

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 Máscara Mortuária Grega confeccionada no Período Romano

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Másca Mortuária da Região de Fayum durante o Império Romano

Ambas as máscaras foram retiradas do site da Agência de Notícias Brasil Árabe 

Exceção a essa tradição era a produção em série de bustos, semelhantes a deuses, de imperadores, políticos e líderes militares, dispostos nos prédios públicos de toda a Europa, reafirmando uma presença política a milhares de quilômetros de Roma. É interessante observar que, no declínio de Roma, quando os assassinatos se tornaram o método preferido para a transferência de poder, os bustos reverteram para uma brutal honestidade. Uma estátua nada elogiosa de Caraculla revela um cruel ditador, e o escultura de Felipe, o Árabe, mostra um tirano desconfiado.

 

Busto de Caraculla

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 Busto de Filipe o Árabe - Imperador Romano de 244 a 249 - Fonte Wikipédia

 

Outra corrente importante da escultura romana foi o relevo narrativo. Painéis de figuras esculpidas representando feitos militares, decoravam arcos de triunfo, sob os quais desfilavam os exércitos vitoriosos conduzindo longas filas de prisioneiros acorrentados. A Coluna de Trajano (106 – 113 d. C.) é o mais ambicioso desses monumentos. Mostra um relevo envolvendo a coluna em mais de duzentos metros de espiral ininterrupto, comemorando o massacre que os romanos fizeram contra os dácios. Alguns consideram a construção da coluna um monumento em homenagem a um "genocídio", lamentável e repugnante motivação, mas não deixa de ser uma obra de arte. 

  

 Coluna de Trajano, em Roma

 

Detalhe da Coluna de Trajano 150 cenas de massacre

 Os romanos eram grandes admiradores da arte grega, mas por temperamento, eram muito diferentes dos gregos. Por serem realistas e práticos, suas esculturas são uma representação fiel das pessoas e não a de um ideal de beleza humana, como fizeram os gregos. Retratavam os imperadores e os homens da sociedade.

Mais realista que idealista, a estatuária romana teve seu maior êxito nos retratos.

Com a invasão dos bárbaros as preocupações com as artes diminuíram e poucos monumentos foram realizados pelo Estado. Era o começo da decadência do Império Romano que, no séc. V - precisamente no ano de 476 - perde o domínio do seu vasto território do Ocidente para os invasores germânicos.

 

Estátua de Augusto de Prima Porta com Eros a seus pés. 

Augusto de Prima Porta com Eros a seus pés - Deta

Detalhe da Armadura da Escultura de Augusto de Prima Porta

 

Na Parte IV, falaremos sobre a Arquitetura! CONTINUA EM A ERA ROMANA PARTE IV

 

 

23.08.15

A ARTE ROMANA - Parte 4 - ARQUITETURA


Bete do Intercambiando

INFLUÊNCIAS NA ARQUITETURA

 

Confesso, que de tudo que vi, o que mais me impressionou nesta Era, foi a arquitetura. Os anfiteatros, as casas de banho, os aquedutos, as moradias...Tudo impressiona, tanto pelo tamanho, como pela suntuosidade, como pelas linhas...Diria...Tudo é monumental!

As características gerais da arquitetura romana são:

* busca do útil imediato, senso de realismo;

* grandeza material, realçando a idéia de força;

* energia e sentimento;

* predomínio do caráter sobre a beleza;

* originais: urbanismo, vias de comunicação, anfiteatro, termas.

 

As construções eram de cinco espécies, de acordo com as funções:

1) Religião: Templos

Pouco se conhece deles. Os mais conhecidos são o templo de Júpiter Stater, o de Saturno, o da Concórdia e o de César. O Panteão, construído em Roma durante o reinado do Imperador Adriano foi planejado para reunir a grande variedade de deuses existentes em todo o Império, esse templo romano, com sua planta circular fechada por uma cúpula, cria um local isolado do exterior onde o povo se reunia para o culto.

 

 

O Panteão

 

2) Comércio e civismo: Basílica

A princípio destinada a operações comerciais e a atos judiciários, a basílica servia para reuniões da bolsa, para tribunal e leitura de editos. Mais tarde, já com o Cristianismo, passou a designar uma igreja com certos privilégios. A basílica apresenta uma característica inconfundível: a planta retangular, (de quatro a cinco mil metros) dividida em várias colunatas. Para citar uma, a basílica Julia, iniciada no governo de Júlio César, foi concluída no Império de Otávio Augusto.

 

Basílica de Santa Júlia

 

 

3) Higiene: Termas

Constituídas de ginásio, piscina, pórticos e jardins, as termas eram o centro social de Roma. As mais famosas são as termas de Caraculla  que, além de casas de banho, eram centro de reuniões sociais e esportes.

Thermas de Caraculla

 

Outra foto das Thermas de Caraculla

 

4) Divertimentos:

 

a) Circo: extremamente afeito aos divertimentos, foi de Roma que se originou o circo. Dos jogos praticados temos:

jogos circenses - corridas de carros;

ginásios - incluídos neles o pugilato;

jogos de Tróia - aquele em que havia torneios a cavalo;

jogos de escravos - executados por cavaleiros conduzidos por escravos;

Sob a influência grega, os verdadeiros jogos circenses romanos só surgiram pelo ano 264 a.C. Dos circos romanos, o mais célebre é o "Circus Maximus".

 

Circus Maximus

 

 

b) Teatro: imitado do teatro grego. O principal teatro é o de Marcelus. Tinha cenários versáteis, giratórios e retiráveis.

 

 

Teatro de Marcelus, parcialmente conservado até hoje

 

c) Anfiteatro: o povo romano apreciava muito as lutas dos gladiadores. Essas lutas compunham um espetáculo que podia ser apreciado de qualquer ângulo. Pois a palavra anfiteatro significa teatro de um e de outro lado. Assim era o Coliseu, certamente o mais belo dos anfiteatros romanos. Externamente o edifício era ornamentado por esculturas, que ficavam dentro dos arcos, e por três andares com as ordens de colunas gregas (de baixo para cima: ordem dórica, ordem jônica e ordem coríntia). Essas colunas, na verdade eram meias colunas, pois ficavam presas à estrutura das arcadas. Portanto, não tinham a função de sustentar a construção, mas apenas de ornamentá-la. Esse anfiteatro de enormes proporções chegava a acomodar 40.000 pessoas sentadas e mais de 5.000 em pé.

 

O Coliseu

 

5) - AQUEDUTOS

 

Erguido no século I A.C., esse aqueduto de 50 Km de extensão tinha por fim levar água a Nimes, cidade que hoje pertence à França. A parte mais extraordinária da construção é a ponte sobre o Rio Gardon, com 48,77 metros de altura, três ordens de arcos e apoiada em pilares cravados nas rochas. A obra continua em pé até nossos dias, o que prova a qualidade da técnica da engenharia romana. Os Romanos, porém, não se preocuparam apenas em fazer aqueduto sólido, que funcionasse por muitos  séculos: procuraram,  também empregar formas que revelassem beleza. É fácil reconhecer essa beleza nos arcos: áreas vazadas dão leveza à ponte e contrastam com a solidez e a imponência de uma obra de engenharia  que o império Romano deveria ter.

 

 Aqueduto La Guard

 

 

 

6)  Moradias:

As casas eram construídas ao redor de um pátio chamado Atrium. O Atrium era construído com todo o esplendor e magnificência que a riqueza do dono permitia. As características mais evidentes do Atrium eram o Compluvium e o Impluvium

 

 

O Impluvium é uma rasa bacia de mármore, ricamente esculpida e decorada com figuras em relevo. Era destinado à coleta da chuva que caia pelo Compluvium. As colunas de suporte eram feitas de mármore ou cara madeira. Entre esses pilares, ao longo das paredes, estátuas e outras obras eram colocadas. Junto ao impluvium, quase sempre havia um chafariz de mármore.

O Compluvium era uma pequena abertura no telhado, feito para permitir a entrada de luz natural em todos os cômodos da casa.

 

 

 

A decoração do Atrium nas casas da roma antiga impressionava pela riqueza de mosaicos e afrescos. (Reprodução digital da Casa di Paquius Proculus em Pompéia, Itália)

 

 

  

Ruínas do Atrium na Casa do Fauno em Pompéia, Itália

 

 

  

Mosaico de Alexandre, encontrado no chão da casa do Fauno em Pompéia

 

Esta foi uma série de 4 posts sobre a História da Arte na Era Romana! Na PRIMEIRA, falamos dos aspectos gerais e das Ruinas de Pompéia, na Parte II, falamos sobre a Pintura , e na Parte III, falamos sobre as esculturas, E  aqui na Parte IV, falamos sobre a arquitetura.

Nossos agradecimentos ao Roma Gallery ( www.roma.gallery.com ) pelas fotos cedidas. Espero que tenham gostado!

 

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