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Desde 1995 que Domenico di Mazzi alerta em seu livro "O Ócio Criativo" para a importância do design na escolha de um produto. Lá ele diz que, cada vez mais as industrias se igualam na qualidade e o que realmente definiria a compra seria o seu design.
Sempre penso nisso, mas nunca tinha sentido tão na pele, literalmente, essas palavras.
Fui me reabastecer de meu creme predileto de já muitos anos, da linha Floratta do Boticário, e fui surpreendida pela mudança de sua embalagem, que saiu de um elegante frasco com caixinha florida, para uma bisnaga sem graça, com a mesma quantidade do produto só que R$ 3,00 mais em conta. A justificativa é a economia! Mas, economia para quem?
Para justificar tamanho choque visual a economia teria que ser de no mínimo R$ 10,00.
A indústria parece se esquecer das coisas que movem o humano, principalmente as mulheres! Quando usamos um creme, não estamos apenas tratando a nossa pele (tato), queremos também o seu perfume (olfato) que nos acaricia e nos envolve em uma nuvem mágica quando caminhamos e deixamos nosso rastro. Queremos sentir o prazer de uma elegante embalagem (visão), como se dali se extraísse algum nectar mágico que mudará nossas vidas...E, de repente ouvir um elogio: puxa, que cheiro bom! (audição). São quatro sentidos atendidos por um único produto, portanto, muita coisa está em jogo.
É essa complexidade que nos faz movimentar o mundo. Pensem, quem recebe um destes cremes de presente (que a maioria adora receber), numa bisnaguinha não terá o mesmo impacto da embalagem elegante com caixinha florida. Parece que não tem o mesmo valor... por aí já se percebe todo o impacto. A empresa precisa ter as opções.
Querem realmente impactar? Então façam uma embalagem de refil, com material biodegradável que não poluirá o planeta, com preço compensador! Aí sim teríamos motivos suficientes para a mudança! ...
Eu já estava saindo da loja sem levar o bendito creme, quando a atendente me chamou que ainda tinha uma embalagem antiga... Voltei para casa feliz, na certeza de que, por mais trinta dias terei minha satisfação atendida!...E vou guardar a embalagem e apenas repor o creme, pois não vou abrir mão deste prazer!
O livro Utopia de Thomas Morus (1480-1535) foi escrito em 1516 e logo nas primeiras páginas é possível identificar sua atualidade, apesar dos anos que nos separam. Logo percebe-se que muito pouco mudou nas desigualdades sociais, apesar de todos os avanços que tivemos, desde então.
Logo na página 42, Rafael Hitlodeu, personagem do livro que, ao que parece, realmente existiu, faz uma reflexão sobre a situação dos serviçais, cujos patrões faleciam ou empobreciam, deixando-os à deriva, sem trabalho, sem sustento, sem teto e sem alternativas de sobrevivência, tendo, muitas vezes que roubarem para se manterem... E, uma vez pegos em ação, eram enviados à forca. É também uma crítica à dureza com que eram tratados esses cidadãos cujo maior crime era o de não achar ninguém que aceitasse os seus serviços.
O personagem reflete também sobre o avanço do pastoreio de ovelhas que sustentava a indústria da lã que começava a despontar, em detrimento das áreas agrícolas que, bem ou mal, empregavam um número bem maior de mão de obra.
É interessante notarmos já neste ano de 1516 a preocupação crescente com os avanços de uma sociedade que a cada dia utilizaria menos mão de obra. E sobre os monopólios já existentes, neste caso, sobre o preço da lã e da engorda do gado, imputando aos mais ricos e gananciosos a culpa pelo desequilíbrio social que havia e traçar paralelos destes cidadãos com a burguesia e a nobreza que ostentavam luxo nas vestes, na alimentação e em suas vidas lascivas.
O personagem aponta o dedo para o abandono de milhares de crianças aos "estragos de uma educação viciosa e imoral. A corrupção emuchece, à nossa vista, essas jovens plantas que poderiam florescer para a virtude, e, vós as matais quando tornadas homens e cometem os crimes que germinam desde o berço em suas almas". (pag.44)
Não estaríamos nós, também, deixando nossas crianças ao abandono quando nos negamos a educá-las para uma vida de responsabilidades? Ao não lhes cobrar estas responsabilidades, deixando-as livre para escolherem estamos supondo que estas crianças já possuem discernimento para entenderem o que é bom ou ruim para si o que , na maioria das vezes, não é verdade. Se a própria lei considera o limite de 18 anos para qualquer indivíduo responder pelos seus atos, quer dizer que, antes disso, temos nós pais e educadores que mostrar-lhes os caminhos.
É impossível para quem leciona no Brasil, não traçar paralelos com nossa atual situação, não apenas social, de desigualdades crescentes, como na própria educação, onde discursos vazios e comodismos imputam às nossas crianças essa educação "viciosa e imoral". Viciosa porque as famílias deixam a educação por conta da escola e esta acha que não é sua responsabilidade e sim dos pais. Imoral porque não corrigem seus erros, apenas maquiam números que lhes servirão para receber seus bonus e servem a uma política eleitoreira e corrupta.
REFERÊNCIA
MORUS Thomas. A Utopia. São Paulo: Atena Editôra, 1956
Receitas de Panetone tem às dúzias aí pela net, mas acho esta bem especial, pois a massa é meia mole e pode ser feita quase totalmente na batedeira, dando, portanto, bem menos trabalho que a massa tradicional, e ficando tão bom quanto!...Aliás a massa fica fofíssima e leve.
Vamos lá:
1 kg de farinha de trigo
6 ovos
250 gramas de manteiga
4 tabletes de fermento Fleishman (15 gr. cada)
1/2 litro de leite
2 1/2 xícara de açúcar
1 colher (chá) de sal
Essencia para panetone
Frutas cristalizadas, passas sem sementes e nozes picadas
Aqueça o leite e divida-o em 2 partes.
Numa derreta a manteiga, noutra dissolva o fermento.( nesta parte o leite deverá estar morno, apenas, pois senão passa do ponto ideal para o fermento)
Vá batendo na batedeira os ovos, adicione o açúcar, o sal, e vá alternando a farinha, e os dois leites, até concluir. Bata bem, e deixe crescer na própria tigela da batedeira.
Depois de crescido adicione a essencia de panetone, as frutas cristalizadas, as uvas passas e as nozes.
Coloque em formas de papel apropriadas, faça uma cruz em cima, deixe crescer novamente.
Antes de pôr no forno a assar, pincele em cima com gema de ovo.
O tempo de forno vai depender de cada forno, mas, em média, vai mais de 30 minutos, devido a altura do panetone. Se abaixar o forno após o crescimento, poderá deixar aprox. 40 minutos.
Viu que molezinha?
Feliz Natal, desde já!
A FOTO É DO PANETONE DA BAUDUCO, QUE É MUUUIIITTOOO BOM TAMBÉM!