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INTERCAMBIANDO

Blog para falar de Arte, Sustentabilidade, Fazer Amigos pelo mundo, Falar do Cotidiano, Experiências , Sentimentos e Relacionamentos das pessoas comuns...

20.03.19

Como são tratados os Professores do Estado de São Paulo - Brasil


Bete do Intercambiando

Além dos baixos salários do professorado paulista, que gira em torno de 10% do salário de um deputado federal, sem as mordomias destes, existe uma categoria, chamada de categoria "Ó", que não são efetivados porque o governo passa muitos anos sem fazer concurso e a demanda por professores é sempre maior do que os contratos efetivos.

Esta categoria, como não são efetivos, trabalha em condições muito diferentes dos que são efetivamente contratados.

- Para começar, se não conseguem pegar aulas livres (aquelas que nenhum professor efetivo atribuiu), trabalharão suas horas como qualquer trabalhador, mas diferente de qualquer trabalhador brasileiro, não receberão suas férias. 

- Não terão atendimento pelo serviço de saúde dos professores que é um pouco melhor que o SUS.

- A cada três anos são despidos de seus contratos sem receber rescisão, nem férias, nem auxílio desemprego, como qualquer outro profissional teria esse direito. Até o ano passado, ficavam duzentos dias desempregados para que não se pudesse lhe atribuir vínculos com o Estado. Ou seja: o que serve para a iniciativa privada, não serve para o governo. O que serve para qualquer cidadão, não serve para os professores que, olhando assim de fora, ficam qualificados como cidadãos de segunda categoria. Hoje esta "duzentena" caiu para uma "quarentena" que, coincidindo com as férias de janeiro, aparentemente não irá ter grandes prejuízos... Engano!... Esse profissional ficará então: sem a remuneração das férias das quais trabalhou o ano todo, ficará sem rescisão contratual, ficará sem o pagamento de Fevereiro porque está dentro da quarentena. E ficará sem o pagamento de Março também, porque se ele teve muita sorte e conseguiu pegar aula na segunda semana, não lhe deixarão por os pés na sala de aula antes que complete os 40 dias e, consequentemente, só irá receber no mês de Abril.

Encontram-se, anualmente, nestas condições, por volta de 8500 professores. Como poderão estes cidadãos fazerem frente à sua sobrevivência nestas circunstâncias? Como poderão pagar um IPVA (Imposto sobre Veículos Auto Motores)  que vem em Janeiro e corresponde a 50% de seu salário(?), aliás esta outra injustiça social! O carro para o professor é um bem de primeira necessidade, pois, na maioria das vezes se desloca em grandes distâncias e em diferentes escolas e cidades num mesmo dia, principalmente esta categoria. O transporte público, na maioria das cidades do interior, é péssima e o professor não tem como fazer frente aos seus horários sem um automóvel.

Somos professores, não temos outra maneira de ganhar nossas vidas. Porque em algum momento deixamos para trás outras profissões porque sentimos amor por esta. Sim amor, porque sem essa palavrinha não se exerce essa profissão.

Enquanto isso vemos nossos políticos vivendo nababescamente e fazendo mau uso do dinheiro público. Quando estão em campanha usam a educação para suas promessas e depois que lá estão não se lembram que um professor ganha 10% de seus salários e não possuem auxílio moradia, auxílio viagem, e outros auxílios que os políticos recebem indiscriminadamente.

Quando teremos realmente uma reforma no Brasil? Quando alguém vai seguir o exemplo do Senador Reguffe, que abriu mão de suas mordomias, por entender que elas são desrespeitosas com seu eleitorado?

E que não venha alguém dizer que isso não é verdade... Sou professora e posso apresentar meus hollerites...

Quem irá nos defender? Quem realmente irá erguer esta bandeira e lutar por uma sociedade mais justa, não apenas para os professores, mas para todo cidadão brasileiro?

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Foto da página do facebook As Mazelas da Educação