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Parece que a novela "Escrito nas Estrelas" está sendo passado em algum país, pois volta o interesse pelo poema e pela procura de mais informações. Então republico este post.
Quando terminou a novela Escrito nas Estrelas aqui no Brasil, escrevi no Sabedoria Popular um post chamado "A COMOÇÃO POR UMA FRASE", pois naquela ocasião era o que tínhamos:apenas a famosa frase dita diariamente na novela...
Porém, qual não foi minha surpresa quando alguém entrou no blog dizendo ser Pedro Cassiano de Aguilar e colocando lá o poema completo. Fiquei emocionadíssima, mas alguns dias depois assisti uma entrevista com a própria Elizabete Jhin dizendo que ele era um personagem fictício.
Bem, mas isso não desmerece a beleza do Poema que segue:
Cada volta que o ponteiro do relógio dá
Acelera o passo da minha vida
Encurta minha história e antecipa meu fim
Que tem hora marcada pra chegar
Mas que eu desconheço
Cada um de nós é como um livro
Que guarda sua própria história
Com início, meio e fim
Nosso corpo é só uma casa onde a alma habita
E a morte é o último vôo de nossa alma
Que parte por não caber mais nessa casa
Como se quisesse começar uma nova história, um novo livro
Cada minuto que passa pode ser tudo que me resta para viver
Mas eu desperdiço o tempo como se ele fosse infinito
Penso, logo sei que existir é uma circunstância
Que a vida acontece num sopro de Deus
E a chama permanece acesa enquanto estamos vivos
Cada pessoa tem uma criança aprisionada dentro de si
A criança que fomos nunca muda
Nosso corpo é que envelhece ao redor dela
Eu queria viver minha infância toda outra vez
Mas a ampulheta do tempo eu não posso virar
Pedro Cassiano Aguillar a 27 de Novembro de 2010 às 21:16
Com a chegada do outono e aproximando--se do inverno, republico aqui este post
Expedito, meu pai, foi um cozinheiro de mão cheia como se diz por aqui. Se ele quizesse poderia ter ganho muito dinheiro com isso!...Mas, ele não queria compromisso! Todo mundo que o conhecia, depois de comer sua comida, já ia logo convidando-o a abrir um restaurante... Mas, ele logo desconversava porque o que queria mesmo era ter o tempo disponível para o que lhe desse na telha...
Mas, ele adorava cozinhar para os amigos e para a família!...Não poupava esforços para oferecer o melhor!
E de todos os seus melhores, sua feijoada foi TOP. Uma temporada um amigo dele o convenceu a fazer, durante um período, feijoadas em seu restaurante...Vinha gente da redondeza toda para comer!
Um dia, conversando com um cliente meu que queria que lhe mostrasse imóveis no fim de semana, eu lhe disse que não poderia porque iria passar o final de semana em Ipeúna.
Ele, que nunca tínhamos nos visto antes, me disse: Ah, Ipeúna?!...Estive uma única vez lá, prá comer uma feijoada famosa!...Nunca comi uma feijoada igual.
Então comecei a rir e lhe contei quem fazia aquela feijoada!...Ah, não corre o risco de ser outra, porque só tinha aquele restaurante na cidade àquela época.
Bem, aqui vai então a receita para 15 pessoas.Dá prá servir fartamente e ainda sobrar um pouco.
Desculpem-me os leitores que entraram aqui apenas pela receita mas não consigo ve-la apenas como um prato que irá alimentar. Gosto sempre das Histórias que as motivam.
2 Kg de feijão preto
1 1/2 kg de carne seca
1kg de costelinha de porco defumada
2kg de pé de porco
2 kg de joelho de porco
800 gramas de bacon
1 kg de orelha e rabo de porco
1 1/2 kg de linguiça calabresa
1 1/2 kg de paio
folhas de louro ( +ou - 6 folhas)
2 cebolas picadas
Bem, é aparentemente uma receita muito simples de se fazer, mas, como toda receita, tem seus segredinhos e acho que o maior deles é o tempo de cozimento dos ingredientes separadamente e junto com o feijão.
Primeiramente deixar de molho na água os ingredientes salgados ( carne seca,orelha, rabo, joelho, pé) tudo separado. Destes ingredientes, os que não forem salgados, convém temperá-los com sal, pimenta e alho e reservar.
Deixe de molho por algumas horas, também o feijão.
Cozinhe a carne seca por uns 20 minutos. Retire, mesmo que ainda esteja dura. Cozinhe os outros ingredientes salgados. Para aqueles que não estavam salgados, e que foram temperados, da-se uma fritada de leve, uma selada, como se diz um bom gourmet. É muito importante que se cozinhe pouco nesta etapa, pois depois eles terminarão de cozinhar junto com o feijão. Nesta etapa reserve tudo e cozinhe o feijão. É importante cozinhar o feijão em uma panela normal e não na pressão.
Deixe o feijão até que ele comece a amolecer, mas não deixe cozinhar demais. É importante que ele passe um bom tempo junto com os outros ingredientes depois.
Bem, agora você já pode juntar os ingredientes pré cozidos ao feijão, acrescentar as folhas de louro e deixá-los cozinhando. Depois de uns 20 minutos, pode acrescentar também a costelinha, as linguiças e os paios.
Paralelamente pique o bacon e frite-o numa panela à parte. Junte as cebolas picadas. Retire a gordura excedente e acrescente à feijoada. Deixe cozinhar até que tudo esteja mole, mas não desmanchando.
Evite o máximo possível de mexer. Mas tome cuidado para não grudar na panela. É um processo de atenção e delicadeza, pois você pode por tudo a perder nesta etapa. Por isso cuidado!
ATENÇÃO: EM NENHUM MOMENTO COLOQUE SAL, POIS É MUITO PROVÁVEL QUE O SAL DOS INGREDIENTES SERÁ SUFICIENTE. SÓ NO FINAL É QUE SE ESTIVER INSOSSO, ACRESCENTE, MAS ISSO É QUASE IMPOSSÍVEL QUE ACONTEÇA.
OUTRA COISA: Mesmo que você não goste de pé, joelho, orelha, rabo, coloque, mesmo assim, pois serão estes ingredientes que farão o diferencial! Pode confiar!
Faça à parte um refogado com 45 folhas de couve.
Faça uma farofa de bacon para acompanhar.
Sirva com arroz branco e laranjas descascadas e servidas ao lado do prato de feijoada. Para estas 15 pessoas pode fazer umas 6 xícaras de arroz. Vai sobrar, mas é melhor que faltar.
Expedito Pazeto - Foto tirada na Encruza dos Rios Pardo e Grande em Planura- Minas Gerais em 14/11/1976