PEQUENAS UTOPIAS
Zigmunt Bauman, diz que
" Para que a utopia nasça, é preciso duas condições. A primeira é a forte sensação (ainda que difusa e inarticulada) de que o mundo não está funcionando adequadamente e deve ter seus fundamentos revistos para que se readéque. A segunda condição é a existência de uma confiança no potencial humano à altura da tarefa de reformar o mundo, a crença de que “nós, seres humanos podemos fazê-lo”. Essa crença está articulada com a racionalidade capaz de perceber o que está errado com o mundo, saber o que pode ser modificado, quais são seus pontos problemáticos e ter força e coragem para extirpá-los. Em suma, potencializar a força do mundo para o atendimento das necessidades humanas existentes ou que possam a vir existir (2009, p. 38).
Desde que Thomas More escreveu seu livro Utopia, em 1516, que o assunto passou a chamar a atenção de seus contemporâneos, embora já tivesse sido abordado por outros autores. De lá prá cá, é assunto recorrente de livros, publicações e estudos.
A nossa proposta aqui é cada um criar sua própria utopia, que nada mais é que algo idealizado, é a ideia de civilização ideal, fantástica, imaginária. É um sistema ou plano que parece irrealizável, é uma fantasia, um devaneio, uma ilusão, um sonho. Do grego “ou+topos” que significa “lugar que não existe”. Pode ser até mesmo um cantinho para se aproveitar uma boa leitura, longe do mundo, um lugar utópico.
Quando caminho pelo meu bairro percebo o quanto o homem tem um poder transformador e cria para si e aos que estão ao seu entorno um mundo melhor e mais feliz. Chamei a isso de "pequenas utopias". Como toda cidade, Americana tem seus lugares onde a Prefeitura não dá conta de resolver todos os desejos da população de organização, ordem, limpeza, estética, fruição, mas alguns cidadãos não ficam esperando por esse milagre. Vão plantando suas utopias pelo caminho. Vão criando pequenos nichos de paraíso, como estes amigos fizeram em frente à sua casa:
Um banquinho prá sentar e aproveitar a sombra da árvore, ladeado de plantinhas que foram cultivando
Uma mangueira que abriga os carros
Uma pequena floresta que se forma, onde antes era o vazio que deixava à mostra apenas a alta tensão
Com infinidade de espécies que foram "surgindo"
Pequenas amoreiras que trazem os pássaros de volta
E, assim, vão "refrescando" a avenida
Modificando o seu entorno... Construindo sua pequena utopia.
Até nós, nos arriscamos em nosso prédio! Alguém pediu frá fazer?... Não!... mas também ninguém disse que não podia!
Minha irmã, também criou sua pequena utopia
Para os que desejarem se aprofundar mais no assunto Utopia tem este excelente texto no PÚBLICO, site português.
Para quem desejar uma fruição envolvendo Thomas More, sugiro a série "The Tudors" que tem no Netflix. Eu já a assisti, mas agora estou assistindo novamente com o olhar voltado particularmente a ele, Thomas More, que além de filósofo, advogado, escritor, diplomata, foi também Chanceler do reino de Henrique VIII. Mas não assista antes de ler o post do Público, vale a pena se aprofundar no assunto!
BIBLIOGRAFIA
BAUMAN, Zygmunt. Entrevista. Cult, São Paulo, n. 138, p. 37-41, ago. 2009.
MORUS Thomas. A Utopia. São Paulo: Atena Editôra, 1956
E-REFERENCE
UTOPIA , encontrado em https://www.significados.com.br/utopia/ acessado em 07/09/2017 às 16:30 hs.